Cassandra, filha do Rei Priamo e rainha Hécuba, de Tróia, era, segundo a mitologia, uma devota seguidora de Apolo, com quem aprendeu a ver o futuro, tornando-se uma profetisa.
Em determinado momento ele se apaixonou por ela, mas não foi correspondido… Então a amaldiçoou, tirando seu poder de persuasão. Ou seja, mesmo Cassandra conseguindo ver o futuro, ninguém mais acreditaria nela.
Por isso, quando avisa a todos sobre o cavalo de Tróia, ninguém acredita no que fala… e o final trágico dessa história é bem conhecido de todos nós…
Ed Catmul, ex-CEO e co-fundador da Pixar, traz essa parábola em seu livro Criatividade SA e propõe uma reflexão forte e necessária aos gestores: “Será que o problema está na Cassandra, a pessoa amaldiçoada, ou será que está nos que não a estão ouvindo? Não estariam eles amaldiçoados também?”
No Lego® Serious Play® chamamos a Cassandra de “Lonely guy”: aquelas pessoas com ideias bem além do tradicional, que sempre trazem soluções que parecem malucas ou descoladas da realidade… pessoas que estão a frente de seu tempo…
Na média, ninguém dá bola para essas pessoas, pois tudo que falam, normalmente parece distante demais, contudo, precisamos urgentemente ouvi-las!
Não faltam exemplos de como as respostas estão dentro das organizações, existem muitos(as) “lonely guys”por aí… mas invariavelmente os gestores passam reto por essas pessoas e muitas vezes as demitem…
John Lasseter na Disney é o exemplo clássico. Ele propôs a digitalização dos desenhos muito antes de sequer ter uma tecnologia mais avançada para isso. E como consequência, foi demitido…
Anos depois a Disney comprou por alguns vários bilhões de dólares a Pixar que John ajudou a criar, desde seus primórdios na Lucasfilm. A conta saiu cara…
Recentemente a Associação dos Masters Trainers de Lego® Serious Play® publicou o seguinte em relação à pandemia que vivemos: “Se tivéssemos ouvido mais um “lonely guy” como Bill Gates (veja o TEDx aqui) e agido de acordo com suas previsões, talvez não estaríamos nesta situação. Talvez seja hora de começar a jogar/simular o futuro com mais frequência e se preparar para o que está por vir.”
Usar a imaginação para traçar cenários de futuro é um assunto sério. Dar voz para “lonely guys” trazerem seus insights também é um assunto sério. E podemos fazer tudo isso com leveza por meio de um “jogo sério” como o Lego® Serious Play®.
Quantas Cassandras você conhece por aí que poderiam ser ouvidas mais frequentemente por suas lideranças?
Quantas inovações e problemas seriam solucionados nas empresas e na sociedade se elas fossem ouvidas? Quer dar voz a elas? Entre em contato!